O Design de marca é o [passo 6 de 9] para construção de uma marca forte (veja os 9 passos aqui).
Você já sabe como reunir informações para analisar o cenário da marca, foi a fundo para descobrir o seu DNA empresarial, aprendeu como funciona o processo de geração de ideias, definiu os pilares sobre os quais sua marca será sustentada e encontrou a sua promessa de marca, a sua razão de existir. Agora vamos conversar um pouco sobre o próximo passo do processo de Branding.
O que é a marca gráfica?
A marca gráfica (também chamada de logo, logotipo, e até mesmo logomarca) tenta sintetizar graficamente um ou mais aspectos dentre os mais importantes incorporados à sua promessa de marca. É como se fosse a foto 3×4 da sua empresa, a imagem sintética que a identifica e diferencia das outras.
Muitas vezes é o primeiro contato do cliente com o negócio. Essa representação não precisa necessariamente ser literal, podendo ser uma abstração ou um elemento completamente novo, mas que traduza o feeling que sua marca vem trazendo até então. O importante é conseguir, de alguma forma, evidenciar o espírito da marca.
A marca gráfica é geralmente composta por dois elementos principais: símbolo + lettering. Não existe nenhuma regra que estabeleça esta como a composição ideal, podendo ser apenas um ou o outro, ou ainda haver a adição de uma assinatura de marca.
A decisão frente aos elementos de composição deve fazer sentido com o todo do projeto. Por exemplo, uma marca gráfica que faça uso apenas do lettering, com uma tipografia serifada e clássica mais a cor preta, já transmite de cara ares de sofisticação, sendo adequada para, digamos, uma boutique de roupas. Já o uso de um símbolo memorável e de fácil aplicação junto a tipografia é muito útil para um aplicativo ou plataforma web que o vá utilizar frequentemente como ícone em smartphones e tablets.
A marca gráfica é o ponto de partida para se criar uma associação visual com todo o seu discurso, uma forma rápida de as pessoas lembrarem daquilo que você promete e acredita. É ela que dá vazão a todo seu sistema de Identidade Visual e conduz a criação da parte gráfica de seu Universo de Marca (que será detalhado no próximo post), e é por isso que ela é tão importante.
Mas como fazer um bom design de marca?
Design de Marca
Partindo de conclusões atingidas pelas análises das etapas anteriores, você já deve ter definido a linguagem ou ideia que queira transmitir. O próximo passo é iniciar uma busca de referências que, de alguma forma, relacionem-se com os elementos definidos até aqui.
Por exemplo, se nos resultados anteriores você percebeu que uma brecha de mercado interessante é voltar o discurso da marca à ideia de pioneirismo e tradição, busque elementos que tragam essa característica. Não apenas dentro de outras marcas gráficas ou identidades visuais, mas também em filmes, pinturas, movimentos artísticos, poesia, publicidade, etc. Construir uma marca gráfica e uma identidade é basicamente sintetizar ideias, portanto, qualquer fonte de boas ideias que sejam compatíveis com seu discurso é válida.
Com um painel visual de boas referências montado e analisado, pode-se começar a geração de alternativas. Defina uma quantidade de tempo para esta etapa e não pare de desenhar até completar este tempo. Normalmente as primeiras alternativas são muito óbvias e costumam apresentar problemas recorrentes (empresas com símbolos muito parecidos, dificuldade de desdobramento em uma identidade consistente, etc).
Cumprir o tempo definido (sugestão: entre 20 e 40 horas) é ideal para que sejam colocadas no papel as ideias ruins que pareciam boas ou mesmo aquelas que desde o início você visualizou que não funcionariam. Isso estimula a criatividade abrindo espaço para que novas ideias apareçam.
O que considerar na escolha
A escolha final deve levar em consideração os seguintes aspectos:
1. Pregnância: na teoria da forma, relaciona-se com a estabilidade de uma percepção. Quanto mais pregnante for sua marca gráfica, mais facilidade as pessoas terão em compreender, ler, identificar e, consequentemente, memorizar a sua composição visual. Lembra do símbolo da Nike? E da Apple? São formas muito simples, não são?
2. Elementos do conceito: os valores e conceitos definidos nas etapas anteriores devem estar coerentes com os elementos gráficos desenhados. Se a Apple promete desafiar o status-quo, conforme falamos na etapa do Propósito de Marca, faz sentido que o símbolo seja uma maçã mordida (alusão ao Pecado Original, ao ato de desafiar regras impostas. Poderia até mesmo fazer referência a “maçã de Newton”, que supostamente o fez desenvolver a Teoria da Gravitação Universal e revolucionar a Física).
3. Sistema de identidade: o visual de sua marca não acaba na marca gráfica. Pelo contrário, ela deve ser o ponto de partida para que todo um sistema de identidade visual floresça. Ao desenvolver a marca gráfica, é vital que as possibilidades de desdobrá-la numa identidade sejam pensadas simultaneamente. Portanto, a marca gráfica deve conter elementos que possam ser utilizados graficamente em seus pontos de contato, sejam eles cores, formas, conceitos, etc.
4. Linguagem gráfica do nicho de atuação: essa é uma questão que deve ser ponderada com cuidado. É interessante propor uma linguagem visual completamente nova e inovadora no mercado e quebrar paradigmas? Ou, quem sabe, permanecer no padrão visual da categoria seria uma boa ideia para maior aceitação dos clientes? Ambas podem ser boas estratégias de marca. O NuBank é um exemplo de linguagem visual inovadora em seu mercado.
5. Originalidade: sua marca gráfica deve se destacar, mas não pelos motivos errados. É importante que ela não seja muito parecida com outras marcas, ou que contenha um elemento chave muito reconhecido em outros lugares. Se você está criando uma marca de tênis e roupas para esportes, três linhas paralelas não são uma boa opção (Adidas). O mesmo vale para desenhos repetidos à exaustão, como a abstração de formas pontiagudas para formar pessoas em marcas relacionadas à saúde, ou o planeta circundado por um “swoosh” em marcas de tecnologia. Seja original.
6. Beleza: por fim, a composição geral deve ser agradável esteticamente. Deve seguir proporções, regras definidas durante o projeto, e manter sua unicidade. É claro que existem tendências que vêm e vão (e não há problema em explorá-las, se de forma comedida), mas sua marca gráfica deve tentar ser atemporal, manter uma essência ao longo do tempo, e continuar sendo relevante e coerente com suas promessas.
É claro que dependendo do contexto da sua marca, cada um dos pontos pode ter um peso maior ou menor, cabendo a você avaliá-los.
Quando você tiver em mãos uma alternativa que julga adequada, é legal testar a receptividade das pessoas à ela. Faça grupos focais, peça feedback, teste com pessoas que sabem e que não sabem nada sobre sua empresa, enfim, coloque à prova suas próprias interpretações a respeito do resultado.
Por Fim…
Dizem que a primeira impressão é a que fica, portanto é importante que a marca gráfica cumpra seu papel ao encontrar seu público-alvo, já que este pode ser o primeiro contato dele com o seu universo. Um bom design de marca é um ativo muito valioso dentro de uma empresa, pois se tornará o símbolo inscrito na sua bandeira. É através dela que seus clientes vão compartilhar de suas crenças e ajudar a carregar suas promessas!
Dicas Extras
Softwares: os softwares mais indicados para trabalhar com a marca gráfica são o Ilustrator e o Corel, que são programas de criação de imagens em vetor, ou seja, as imagens podem ser expandidas e contraídas sem perder resolução.
Sites de referência: seguem alguns sites interessantes para inspiração durante o processo de geração de alternativas. É importante sempre tomar cuidado para não usar a referência de maneira errada, plagiando outras marcas.
https://www.behance.net
https://br.pinterest.com/
https://logopond.com/
https://dribbble.com/
http://underconsideration.com/brandnew/
https://www.designrush.com/best-designs/logo
Resumo
O QUE É MARCA GRÁFICA?
Também chamada de logo ou logotipo, é como se fosse a foto 3×4 da sua empresa, a imagem sintética que a identifica e diferencia das outras. Muitas vezes é o primeiro contato do cliente com o negócio.
COMO CONSTRUÍ-LA?
A ordem metodológica mais comumente utilizada é:
1. Definições conceituais
2. Busca de referências gráficas e discursivas
3. Geração de alternativas
4. Definição das melhores alternativas
5. Refinamento
6. Escolha da alternativa final
O QUE DEVE SER CONSIDERADO?
Alguns pontos devem ser levados em consideração ao desenvolver o design da sua marca gráfica. Dependendo do contexto no qual o projeto está inserido, alguns pontos merecem mais atenção e outros menos. Eles são:
1. Pregnância
2. Elementos do conceito
3. Sistema de identidade
4. Linguagem gráfica do nicho de atuação
5. Originalidade
6. Beleza
Continue acompanhando este passo a passo neste artigo!